quinta-feira, 23 de agosto de 2007

OS SIMPSONS - O FILME


DUH!

O desenho dos Simpsons é tão infalível quanto Clint Eastwood. A comparação é forçosa? Vejamos. Clint Eastwood fez algo medíocre desde Os Imperdoáveis? Não (E não vale falar mal de Cowboys do Espaço. Pode não ser uma maravilha, mas convenhamos, é um filme simpático). Da mesma forma, alguém consegue lembrar de algum episódio medíocre de Os Simpsons? Então. Os Simpsons são tão infalíveis quanto Clint Eastwood. E este longa-metragem não poderia ser diferente.
Os Simpsons- O Filme é basicamente um episódio tradicional do desenho, com a principal diferença de ter 1h27min de duração, o que permitiu aos roteiristas sacanear muito mais: a trama tira sarro dos cristãos, budistas, ambientalistas, celebridades, autoridades, a instituição familiar, e claro, do próprio espectador. Outra diferença é a qualidade técnica da animação, que tem seqüências mais caprichadas (como na cena dos animais no Alaska e da multidão que sai com tochas à caça de Homer).
Como acontece no início de cada episódio, o filme também constrói uma trama que parte de fatos absurdos resultando em conseqüências idem, até chegarmos ao plot propriamente dito. Assim, de um mal-fadado show ambientalista do Green Day chegamos ao confinamento da cidade de Springfield, cuja vida dos habitantes estará nas mãos atrapalhadas de Homer Simpson e sua intrépida família. O tom é mais épico.
De resto, o longa-metragem tem os mesmos elementos que fizeram o sucesso da série, que já chega a 19 temporadas.

Nota: 8 (de dez).

Marcadores:

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

ESCORREGANDO PARA A GLÓRIA


GRATA SURPRESA

Graças a Deus. Hoje meu camarada Edimário me acusou de usar este blog só pra falar mal dos filmes que assisto. Pois aqui está o primeiro a domar este monstro implacável que me tornei. E quem diria, justo uma comédia, gênero um tanto mal representado entre os últimos longas-metragens que assisti.
A princípio, não curti o cartaz, odiei o título brasileiro e, se soubesse que se tratava do mesmo produtor do irregular Com a Bola Toda, talvez eu tivesse dado meia-volta. Mas ainda que seja outra paródia
ao mundo do esporte, Escorregando para a Glória apresenta resultados bem superiores. Em vez do jogo de queimada (ou como chamamos nós, baianos, "baleado"), o que está em jogo nesta trama é a carreira de dois grandes patinadores de gelo, que se vêem obrigados a unir forças em uma competição para duplas. O primeiro problema é que eles são rivais fervorosos, que terão que aprender a pôr as diferenças de lado. O segundo, é que são homens, os primeiros a formar dupla em um grande evento.
Boa parte do humor desta história vem do constrangimento em tons de homofobia que marca os treinamentos dos rivais, interpretados pelos ótimos
Will Ferrell e Jon Heder. Além deles, destaque para o veterano Craig T. Nelson, vivendo o treinador que ajuda-os a se preparar para coreografias absolutamente hilárias. Outra grande qualidade de Escorregando Para a Glória é sua economia: o filme tem apenas bem utilizados 93 minutos de projeção, menos que Vovó Zona 2 e outras películas de tortura.

Nota: 7 (de dez)

Marcadores:

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

TOP 10 BRUCE WILLIS



Cara-de-pau. Falta do que fazer. Uma preguiça indescritível. É como se justifica um post do tipo "top isso, top aquilo". Mas quer saber? Eu gosto dessas listinhas. Vamos a elas.
Bruce Willis desceu trinta pontos na minha cotação com este último (e sofrível) Duro de Matar. Hora de falar das coisas bacanas que ele já fez.

1. Duro de Matar. Richard Gere recusou o convite para estrelar este filme. Bruce Willis deve ter agradecido muito.
2. Olha quem está falando. Uma mãe solteira (Kirstie Alley) se envolve com um taxista (John Travolta) enquanto tenta criar seu bebê, cujos divertidos pensamentos são dublados por Bruce Willis.
3. Hudson Hawk - O Falcão está à solta. Retumbante fracasso de público e crítica. Mas é um filmão. Willis faz um ladrão que pretende roubar três peças de Leonardo Da Vinci. Muito humor, non-sense e uma curiosa cena com Willis e Danny Ayello cantando Swinging on a Star para sincronizar as ações de um roubo.
4. Pulp Fiction - Tempo de Violência. Em uma de suas piores fases, Bruce Willis estava fazendo uma bomba atrás da outra, até viver um boxeador neste que ainda é o melhor filme de Tarantino.
5. Os doze macacos. Aqui, ele vive uma homem enviado ao passado para deter uma praga que vai dizimar a vida na Terra. O papel exige mais recursos dramáticos do ator. Ele até se sai bem quando não está contracenando com Brad Pitt, que rouba todas as cenas.
6. O quinto elemento. Divertida e frenética aventura futurista com Willis tendo que proteger Leeloo
(Milla Jovovich), uma garota que pode salvar a Terra de um ataque interdimensional. Big Bada-bum.
7. O sexto sentido. O diretor M. N. Shyamalan e seu melhor filme. Willis faz um psicólogo infantil que ajuda um menino capaz de falar com os mortos.
8. A história de nós dois. "Pode um casamento sobreviver a 15 anos de casamento?" Bruce Willis e Michelle Pfeifer estrelam este romance que, de brinde, tem na trilha sonora canções de Eric Clapton.
9. Corpo fechado. Dividindo opiniões, este suspense traz o ator como um segurança que descobre ter poderes sobre-humanos. Shyamalan acerta de novo em um filme cujo maior defeito é acabar cedo demais.
10. 16 quadras. Pra fechar, um trabalho mais recente. Willis assume a idade como um policial veterano (foto) que precisa escoltar uma testemunha de acusação (Mos Def) até um tribunal. Mas isso será mais perigoso do que pensava. Direção segura do Richard Donner (dos filmes Máquina Mortífera) e participação do ótimo David Morse (Contato).

Marcadores: ,

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

DURO DE MATAR 4.0


DURO DE ASSITIR


Parece que esse não é mesmo o ano das sequências. Elas continuam enchendo os bolsos de seus produtores, mas a crítica em geral não tem poupado avaliações negativas às produções de 2007. Quase todas foram consideradas inferiores aos filmes que sucederam, a exemplo de Piratas do Caribe 3, Shrek Terceiro, Homem-Aranha 3 e Treze Homens e um Novo Segredo. E agora, certamente (e infelizmente), Duro de Matar 4.0 entra na lista.
O roteiro deste quarto filme é baseado no artigo "A Farewell to Arms", tendo sido adaptado para que, mais uma vez, possamos assistir o azarado detetive John McClane numa trama envolvendo terroristas. Agora, a ameaça vem de dentro de casa, e todo o sistema de energia, transportes e comunicações dos Estados Unidos ficam à mercê do hacker Thomas Gabriel. Para pôr fim ao caos criado pelo vilão, McClane vai precisar da ajuda
de Matt Foster, vivido por Justin Long. O rapaz é o criador do algoritmo pelo qual o terrorista empreendeu seus planos. E como McClane é "um relógio de corda na era dos digitais", vai ter que levar o medroso Foster a tiracolo enquanto distribui paz e amor entre seus oponentes.
Duro de Matar 4.o é um filme que decepciona. E não merece fazer parte da franquia Duro de Matar. Quando o primeiro filme foi lançado, em 1988, chamou atenção pela criatividade das cenas de ação e pela presença de um herói bem diferente do padrão (elementos que, ainda hoje, fazem da explosão do Nakatomi Plaza uma das cenas mais memoráveis do cinema de ação). Preso e sozinho em um edifício tomado por terroristas, o nova-iorquino John McClane era um ser humano normal, que sentia dor ao receber um tiro e que chorava de medo frente a uma situação de absoluto desespero. Essa era a diferença que fazia o espectador realmente se importar com ele.
Já neste quarto filme, McClane não passa de um James Bond mais truculento.
Infalível e temerário, protagoniza cenas de ação que perdem de longe para a luta sobre a asa de um avião em Duro de Matar 2 ou mesmo o tiroteio dentro de um elevador em Duro de Matar 3. Pra piorar, ele é um herói perfeito contra um vilão apático.
O terrorista Thomas Gabriel é um oponente que não nos convence de sua capacidade de controle. Vivido burocraticamente por Timothy Olyphant, da série Deadwood, Gabriel passa boa parte do filme com olhos arregalados que insistem em nos dizer que "tudo corre como planejado", o que o próprio roteiro trata de desmitificar.
Quando o terrorista toma como refém a filha do mocinho, a tensão que poderia resultar daí cai por terra, pois logo em seqüência vemos John McClane partir pra cima de seus oponentes com ainda mais selvageria, deixando claro que não acredita nos colhões de seu algoz - no que ele está certíssimo. Os piores momentos do filme são justamente os que mostram Gabriel sendo desafiado por sua insolente e inverossímil refém. Por sua vez, me pergunto pra que serve esta personagem, já que a captura de Lucy McClane não parece ter a menor influência sobre a trama.
Nesta história toda, salva-se o personagem de Justin Long. Seu amedrontado hacker funciona bem como coadjuvante cômico, tem boa química com Bruce Willis e protagoniza uma divertida cena de roubo de carro.
Dirigido por Len Wiseman, este novo filme tem na destruição de um helicóptero sua cena mais alardeada, tendo aparecido em todas os trailers da produção. Mas convenhamos, o impacto destas e outras cenas seriam maiores se não fossem tão premeditadas.
Pra finalizar, um certo lamento pela ausência do compositor Michael Kamen, músico responsável pela trilha da franquia, morto em 2003 e aqui substituído por Marco Beltrani, que resgatou alguns dos motivos criados pelo saudoso músico.
Nota: 4 (de dez)

Marcadores:

terça-feira, 7 de agosto de 2007

TRANSFORMERS


SE TIVESSE O FUSCA, SERIA MELHOR


Não tenho preconceitos quanto a blockbusters, até gosto desses filmes do tipo "desligue o cérebro e seja feliz". Mas depois que vi uma boa quantidade de longas-metragens desse tipo, as exigências foram aumentando. Já não dava pra ser tão complacente com furos de roteiro e atuações inexpressivas. Como os lançamentos são muitos e o dinheiro é pouco, fui me acostumando a limitar meu comparecimento às salas de cinema àquelas situações em que podia apostar na qualidade da estréia da semana. No caso de Transformers, de Michael Bay, o apelo oitentista acabou falando mais alto, e lá fomos eu, que nem gostava tanto do desenho animado que deu origem ao filme. Mesmo com o dedo de Spielberg na produção-executiva, eu esperava apenas um entretenimento meia-boca, com uma ou outra sequência relevante. E foi isso o que eu tive. Mas se minhas expectativas iniciais se concretizaram, então por que fiquei tão chateado na saída do cinema? Resposta: porque Transformers começa bem e poderia ter sido um bom filme.
A primeira metade do longa é dedicada aos personagens humanos, decisão acertada quando levamos em conta o talento de seu jovem ator principal, Shia LeBouf. Com excelente timing cômico, ele interpreta Sam Witwicky, um estudante que ignora ter, entre as relíquias de um antepassado, a pista para a localização de um poderoso artefato. É a busca por este objeto que motiva a chegada de dois grupos de seres robóticos à Terra: os Autobots (os bonzinhos) e os Decepticons (os não tão bonzinhos), ambos com a curiosa capacidade de se transformarem em algum tipo de veículo.
Humor e ação se desenvolvem na medida certa até que, ao fim da primeira metade da projeção, começam a aparecer os problemas. Fica claro que, a partir de certa cena, a participação do personagem de LeBouf torna-se totalmente incoerente, permanecendo na narrativa puramente por que os roteiristas estão forçando a barra. Gasta-se tempo com uma série de personagens secundários que pouco acrescentam à trama, e os combates, que deveriam funcionar como uma redenção a este fraco longa-metragem, acabam por piorar o conjunto: são longos, intensos e confusos demais. Quando dois robôs se engalfinham, torna-se difícil para o espectador saber quem é quem. Não que tenha sido um grande problema pra mim. Com a dor-de-cabeça que eu sentia, já nem me importava mais.

Nota: 4 (de dez)

Marcadores: ,

Poucas personalidades foram tão influentes e tão desprestigiadas quanto Sabidus Porretus (5000 a.C. - ?). Engenharia, medicina, arte, nada escapou da influência deste sábio nascido na região da Mesopotâmia. Incontáveis gerações de intelectuais e artistas beberam do néctar de sua inspiração, a exemplo de Aristóteles, Santo Agostinho, Monclar e Leonardo Da Vinci (um de seus mais disciplinados seguidores).
Neste blog, além de críticas e comentários sobre filmes, quadrinhos e o que mais vier à cabeça, serão elencadas algumas das principais realizações deste pensador - dentre elas, a transposição do Rio Eufrates, a posição de cagar e o desenvolvimento da roda*.

* Este importante artefato foi inventado por volta de 4000 a.C. Mas estudos recentes comprovam que, apenas a a partir das pesquisas de Sabidus Porretus, a roda, antes quadrada, veio a se tornar redonda. Salto tecnológico fundamental para a história humana, teve como efeito imediato a invenção do bambolê.