sábado, 10 de novembro de 2007

UCI AEROCLUBE EM PROMOÇÃO

A quem interessar possa, o UCI Aeroclube está em promoção. Quando você assiste um filme por lá, recebe um cartão que te garante 50% de desconto caso retorne ao cinema dentro de 10 dias para ver outro filme. A cada vez que você retornar, outro cartão será dado. Dessa forma, se você se mantiver freqüentando o UCI, pelo menos a cada dez dias, estará sempre contando com o desconto.

A promoção, provavelmente, foi causada pela vinda do Cinemark e as reformas do shopping Aeroclube, que devem ter reduzido o público das salas do UCI. Ontem, eu paguei a metade da meia-entrada (R$ 2,50) para assistir Mandando Bala, em plena estréia de sexta-feira, e havia apenas algo em torno de cinquenta espectadores.

Tarantino que me aguarde.

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MANDANDO BALA


ALÉM DA PARÓDIA

"Cuiuda", no baianês, é um termo usado para criticar uma cena que manda pro espaço alguma regrinha científica. Alguns exemplos são a extensa produção de uma vacina a partir do sangue de um único macaco em Epidemia e os ruídos em pleno vácuo que escutamos em Guerra nas Estrelas. Mas apontar uma cuiuda em um filme, às vezes, é fazer uma cobrança indevida. A cuiuda pode ser parte do espetáculo. É o caso de Mandando Bala, um filme da ação que usa o exagero para fazer chacota de si mesmo.

A história é muito simples: um tal Sr. Smith (Clive Owen) salva um bebê recém-nascido e passa a fugir com ela de assassinos contratados por um homem (Paul Giamatti) disposto a tudo para matá-los. Para ajudar a cuidar da criança, seu mau-humorado benfeitor contará com a ajuda de uma prostituta lactante (Monica Belucci). Tudo o mais que há no roteiro é um monte de desculpas para cenas surreais vividas por personagens caricatos, mas muito funcionais. Giamatti está ótimo como vilão histérico e Owen faz aquele mesmo anti-herói indiferente que o consagrou, anós atrás, com a série de curtas-metragens da BMW.


Mas é na criatividade das cenas de ação que reside o grande mérito de Mandando Bala, que vai além da paródia, sendo também uma obra propositiva, orquestrando seqüências inusitadas, tensas e irreverentes. Torna-se um contraponto para os filmes que procuram se vender meramente pelo número de tiroteios e explosões - e que teve como último exemplar o sofrível Duro de Matar 4.0.

Nota: 7,0 (de dez)

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sexta-feira, 2 de novembro de 2007

1408


LEVANDO O FILME NAS COSTAS

Me lembro de ter assistido, certa vez, um dos protagonistas da série Supernatural descrever o trabalho de atuação que precisava desempenhar em uma narrativa de horror. Ele dizia que, como boa parte da tensão vem da própria imaginação do espectador, é fundamental que o ator traduza com sua expressão aquilo que o público não pode ver. Acredito que um ótimo exemplo é o trabalho de Mia Farrow em O Bebê de Rosemary. O mesmo vale para John Cusack neste 1408. Pena que o roteiro do filme não colabora tanto.

A história, vinda de um conto de Stephen King, é até interessante: um escritor especialista em casas mal-assombradas hospeda-se em um quarto de hotel onde ninguém sobreviveu por mais de uma hora. A transição criada por John Cusack de um Mike Enslin cético e sarcástico para um homem amedrontado e beirando a insanidade é a melhor coisa do longa, sendo tão convincente quanto possível, considerando que ocorre um tanto rápido demais. À medida que este processo vai se concluindo, as ameaças tornam-se cada vez menos sutis e o filme vai perdendo um pouco da boa tensão construída na primeira metade da projeção. Mesmo assim, 1408 tem seus encantos.

Filmes de terror estão sempre em época de vacas magras. Fico satisfeito quando assisto um exemplar minimamente bom.

A propósito, é melhor não ver o trailer antes de assistir o filme.

Nota:
6,0 (de dez)

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