domingo, 25 de maio de 2008

Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal



ANTES DEMORASSE MAIS

Temos esse costume de às vezes moderar a expectativa ao entrar no cinema. É um esforço de permitir que o filme nos dê alguma surpresa, algum encanto, quando já não confiamos muito nele. Mas mesmo assim não teve jeito de sair no lucro. O quarto filme de Indiana Jones, que levou dezoito anos pra sair do papel, morre de morte matada por causa do roteiro fraquíssimo.

Tramas com a dinâmica de uma gincana, em que o herói passa toda a narrativa correndo atrás de um determinado objeto importante pra ele (o que Hichcock chamaria de "MacGuffin"), não costumam ser das mais criativas. Mas isso nunca foi problema para a série do Indiana Jones. Basta ver A Última Cruzada pra perceber que o que importa, muitas vezes, é aquilo que está se desenvolvendo entre uma correria e outra. Essa preocupação faz muita falta em Reino da Caveira de Cristal.

As cenas de ação são entediantes e pouco inspiradas, e vou passar mal ao ver macacos na tela por um bom tempo. As explicações envolvendo a busca pela caveira são muito maçantes. E o único personagem interessante é o próprio Indiana, que está mais velho, experiante e rabugento. Mas tem o mesmo problema de Bruce Willis no quarto Duro de Matar. Confiante demais, poderoso demais, e por isso mesmo, incapaz de nos fazer se importar verdadeiramente com ele.

Por falar nisso, outro problema é a incapacidade do filme em criar tensão. Não há clímax, mas uma trama arrastada que lembra os Episódios I, II e IV de Star Wars. Por sinal, estes longa-metragens foram dirigidos pelo mesmo George Lucas que, além de produzir, é co-autor da história de Reino da Caveira de Cristal. Lembra também Piratas do Caribe 3, que tem ótimos efeitos, um protagonista carismático, mas que derrapa num péssimo roteiro. Que tristeza concluir isso do único Indiana Jones que pude ver no cinema.

Nota: 5 (de dez)

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