segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

30 DIAS DE NOITE


PRESSA DEMAIS

A cidade de Barrow, no Alasca, tem um inverno tão rigoroso que a deixa por um mês sem um mísero raio de sol. Quando uma horda de vampiros se prepara para atacar o lugar, Marlow, o líder, comenta este detalhezinho geográfico: "Devíamos ter vindo aqui antes."

O plot é mesmo uma sacada genial, e rendeu a história em quadrinhos 30 Dias de Noite, do escritor e desenhista Steve Niles, que vem dando uma certa revigorada nos gibis de horror. Pena que esta adaptação para o cinema, infelizmente, não funcionou.

A resistência dos moradores do vilarejo atacado pelo grupo de sanguessugas acaba se tornando uma colagem de situações episódicas que não fazem o público sentir devidamente a passagem do tempo. A grande maioria das críticas a 30 Dias de Noite tem concordado neste ponto. Tudo acontece rápido demais, o roteiro tem pressa demais, não trabalha os personagens, não constrói tensão em suas cenas, não as resolve bem.

O filme gerou uma série de TV que funciona como prelúdio. Pensando a respeito, talvez uma telessérie tivesse melhores resultados como adaptação da trama de Steve Niles.


Nota: 5,0 (de dez)

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

PLANETA TERROR


FALTOU RECHEIO NO MIRABEL

A idéia básica do projeto Grindhouse, de Robert Rodriguez e Quentin Tarantino, é bem interessante: recriar a experiência setentista de assistir filmes de segunda em cinemas de terceira. Ao longo de Planeta Terror, o segmento dirigido por Rodriguez, as imagens apresentam defeitos clássicos de filmes desgastados, além de buracos na narrativa que simulam remendos nas fitas de rolo da época. As salas de exibição aqui em Salvador chegaram a ter problemas com alguns espectadores desavisados.

A produção é caprichada, e o elenco, estelar e adequado à proposta do projeto. Além de Bruce Willis, que faz uma participação especial, muitos vão reconhecer o ator Naveem Andrews, o Sayid da série Lost. Infelizmente, depois da primeira metade de projeção, Planeta Terror vai se tornando previsível e maçante.

O esquema básico dos filmes de zumbi está presente no longa, com desconhecidos que precisam se unir para sobreviver a uma horda de desmortos. Mas falta recheio. A refilmagem de Madrugada dos Mortos, por exemplo, conquista pela exploração do drama de seus heróis. Já Todo Mundo Quase Morto parodia, com sobriedade britância, os elementos clássicos do gênero. Quanto a Planeta Terror, tenta se apoiar em escatologias e non-sense. Uma piada que não tem fôlego pra seus 107 minutos.

Nota: 5 (de dez)

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