MANDANDO BALA
ALÉM DA PARÓDIA
"Cuiuda", no baianês, é um termo usado para criticar uma cena que manda pro espaço alguma regrinha científica. Alguns exemplos são a extensa produção de uma vacina a partir do sangue de um único macaco em Epidemia e os ruídos em pleno vácuo que escutamos em Guerra nas Estrelas. Mas apontar uma cuiuda em um filme, às vezes, é fazer uma cobrança indevida. A cuiuda pode ser parte do espetáculo. É o caso de Mandando Bala, um filme da ação que usa o exagero para fazer chacota de si mesmo.
A história é muito simples: um tal Sr. Smith (Clive Owen) salva um bebê recém-nascido e passa a fugir com ela de assassinos contratados por um homem (Paul Giamatti) disposto a tudo para matá-los. Para ajudar a cuidar da criança, seu mau-humorado benfeitor contará com a ajuda de uma prostituta lactante (Monica Belucci). Tudo o mais que há no roteiro é um monte de desculpas para cenas surreais vividas por personagens caricatos, mas muito funcionais. Giamatti está ótimo como vilão histérico e Owen faz aquele mesmo anti-herói indiferente que o consagrou, anós atrás, com a série de curtas-metragens da BMW.
Mas é na criatividade das cenas de ação que reside o grande mérito de Mandando Bala, que vai além da paródia, sendo também uma obra propositiva, orquestrando seqüências inusitadas, tensas e irreverentes. Torna-se um contraponto para os filmes que procuram se vender meramente pelo número de tiroteios e explosões - e que teve como último exemplar o sofrível Duro de Matar 4.0.
Nota: 7,0 (de dez)
Marcadores: Cinema
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