Os Estados Unidos Contra John Lennon
Nos primeiros vinte minutos pode parecer que os diretores estão forçando a barra. OK, John Lennon era de longe o beatle mais politizado, mas o ativismo dele contra a Guerra do Vietnã parece meio supervalorizada, como se não justificasse um documentário sobre o assunto. Mas aos poucos, Os Estados Unidos Contra John Lennon obriga o espectador a reconhecer que, como muitos, não conhece a história da perseguição sofrida pelo músico.
O contexto é muito atual, com o apoio à Guerra encarado como ato patriótico e um presidente que assume a personificação do discurso - no caso, Nixon. As ações de Lennon passam por composições da carreira solo, como Give Peace a Chance e Imagine, até happenings protagonizados com a esposa Yoko Ono, como os famosos bed-ins. A reação do governo começa com escutas telefônicas e chega a ameaças de deportação, tudo registrado e confirmado por documentos oficiais, relatos de autoridades do governo da época e de jornalistas consagrados.
Faz falta algum comentário dos outros beatles, que poderiam ajudar a compreender as primeiras transformações que Lennon fazia em sua postura artística, que já começaram com a composição de Revolution, um clássico do grupo. Mesmo assim, o conjunto de depoentes é bem interessante, incluindo nomes como o escritor Gore Vidal, o jornalista Carl Bernstein, o ativista Ron Kovic e Bobby Seale, co-fundador dos Panteras Negras. A criativa disposição de fotos e documentos ao longo do filme completam os fatores que tornam Os Estados Unidos Contra John Lennon um documentário interessante e até com um certo requinte.
Nota: 7,0 (de dez)
Marcadores: Documentário
1 Comentários:
Tive a mesma percepção que tu ao ver tal documentário. Grande John Lennon, ótimo documentário.
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